O CULTO CRISTÃO
O culto
cristão é diferente de todos os demais cultos e atos de adoração realizados
pelos homens. A principal característica do culto cristão é a centralidade da Bíblia, o que equivale
a dizer: o culto cristão é teocêntrico
(centralizado em Deus, por meio de Sua Palavra) ou cristocêntrico (centralizado em Cristo, por meio de Sua Palavra), e
jamais antropocêntrico (centralizado
no homem, por meio de filosofias e interpretações humanistas da Bíblia). Ao
lado da pregação da Palavra, a adoração
é parte integrante e essencial do verdadeiro culto cristão.
O culto é
teocêntrico porque é “a resposta do homem à revelação de Deus; é honra,
reverência e louvor que a criatura dedica à divindade” [1]. No culto temos
comunhão com Deus e com a igreja; recebemos a instrução do Senhor para as
nossas vidas; somos estimulados e desafiados a viver em santidade; temos
oportunidade para confissão e purificação dos pecados; somos encorajados e
fortalecidos em nossa fé [2]; e além disso tudo, temos o privilégio de adorar a
Deus juntamente com os demais cristãos, nossos irmãos e irmãs, a comunidade dos
remidos, da qual fazemos parte (Sl 33.1; 95.1-7; 100; 105.1-6; 113.1; 122; 147;
149.1-5; 150; cf. Hb 12.22-24).
O culto deve
seguir uma ordem ou liturgia (1Co 14.33,40). “Liturgia” é
uma palavra grega que significa “serviço público desincumbido por um cidadão às
suas próprias custas; ministério sagrado (Lc 1.23; Fp 2.17; Hb 8.6; 9.21);
oficiar como um sacerdote (Hb 10.11); ministrar na igreja cristã (At 13.2)” [3].
Os batistas, assim como outras denominações protestantes, preferem usar o termo
“ordem do culto”, que significa basicamente a mesma coisa: a sequência correta
e ordenada de atividades que formam e caracterizam o culto, e que visam,
juntamente, a glorificação de Deus e a edificação da igreja. Em todo culto
cristão, que é lógico ou racional (cf. Rm 12.1,2), existe uma ordem no culto,
cujos elementos essenciais são os seguintes:
Leitura bíblica. O culto que visa a
glória de Deus e a edificação da igreja jamais deixará de proceder à leitura
pública das Escrituras.
Oração. A oração é elemento essencial do
culto. Devemos orar no início, durante e no final do culto, pois pela oração
nos comunicamos com Deus. A oração pública deve ser clara e objetiva. Orar pela
paz mundial no momento dos dízimos e das ofertas, ou orar sobre muitas coisas
secundárias durante um batismo, não ajuda o povo de Deus a focalizar sua oração
no que realmente está acontecendo naquele instante.
Adoração. Aqui consideramos o termo “adoração”
como os hinos e cânticos que fazem parte
do culto e que são essenciais ao mesmo. Na adoração elevamos nossas almas
ao Senhor nosso Deus, dando-Lhe a glória devida ao Seu Nome. A celebração, a
exaltação, a comunhão, a gratidão e a contrição fazem parte da adoração.
Pregação. A pregação é o centro do
culto, visto que é o momento em que a Palavra de Deus é ministrada ao povo, o
momento no qual a igreja dispõe-se a ouvir as instruções, exortações e todo o
conselho divino, a fim de viver uma vida que agrade e glorifique a Deus. A
pregação é fundamental, pois é impossível adorar a Deus sem o conhecimento de
Sua pessoa e de Sua vontade.
O culto possui
outros elementos, também chamados, às vezes, de “meios de graça”, visto que são
atividades na comunhão da igreja que “Deus usa para distribuir mais graça aos
cristãos” [4]. Existem vários meios de graça que podem fazer parte do culto
cristão: o ensino da Palavra, o batismo, a Ceia do Senhor, as ofertas e os
dízimos, a comunhão, a evangelização, etc. Tudo isso pode e deve fazer parte do
culto cristão.
Exemplo de
ordem de culto:
1.
Prelúdio
2.
Leitura bíblica.
3.
Oração.
4.
Boas Vindas aos visitantes e à igreja.
5.
Cânticos.
6.
Oração.
7.
Música Especial – Coral.
8.
Dízimos e ofertas: oração e cântico.
9.
Hino congregacional.
10. Oração.
11. Pregação.
12. Música
Especial – Coral.
13. Oração
e bênção final.
14. Poslúdio
(cântico final).
Tudo no culto –
cada um de seus elementos – deve apontar para a obra redentora de Cristo, dirigir
a atenção de todos para a glória de Deus, focalizando sempre em Deus e jamais
no ser humano.
NOTAS
1. MARTINS, Jaziel Guerreiro. Manual
do Pastor e da Igreja. Curitiba: A. D. Santos, 2002, p. 115.
2. Idem.
3. MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. São Paulo:
Cultura Cristã, 2007, p. 262.
4. GRUDEM, Wayne. Teologia
Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 801.
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